terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Resenha Crítica: A FAVORITA


A FAVORITA

                                                                                                               Por Mônica Gonçalez

  A Favorita é o novo filme do diretor Yorgos Lanthimos, o longa ganhou um prêmio no Globo de Ouro pela atuação de Olivia Colman como a Rainha Ana, além de estar concorrendo com dez indicações no Oscar 2019, sendo um forte candidato ao prêmio de melhor filme.


   

  Não apenas Olivia Colman está incrível em seu papel, Rachel Weisz se destaca tanto quanto a vencedora do prêmio, elas conseguem manter uma atuação sutil e delicada, mesmo nos momentos de grande tensão ou de toques cômicos. Na contramão dessas belas atuações, Emma Stone destoa das duas atrizes com uma atuação extremamente exagerada, principalmente, nos momentos engraçados.
  O filme se passa na Inglaterra do século XVIII, período em que o país está enfrentando uma guerra com a França que já perdura algum tempo, porém os elementos históricos e políticos são apenas o pano de fundo do longa-metragem, deixando como aspectos principais as relações de amor e de poder entre as personagens.



    A Rainha Ana tem Sarah, a Duquesa de Marlborough, como sua confidente e conselheira diante de todos do reino, mas quando estão sozinhas, essa relação ultrapassa o profissional, sendo a Duquesa o objeto de amor da Rainha, quem deseja sua presença constantemente. Sarah demonstra grande afeto por Ana, mas coloca os ofícios do reino acima dos caprichos desta, deixando de atendê-la quando percebe que não é necessário ou ultrajando a Rainha por suas vontades.
Abigail, prima de Sarah, chega ao reino em busca de uma oportunidade de trabalho, sendo encaminhada para exercer atividades na cozinha. Percebendo uma chance para sair desse local de trabalho ultrajante, Abigail busca se aproximar da Rainha Ana, dando a atenção que ela não recebe de Sarah.
   A partir desse cenário, vemos Sarah e Abigail disputar a posição ao lado da Rainha Ana, mas a pergunta que surge de forma subliminar para os espectadores é “O que é o amor?”. Sarah tem com a Rainha Ana uma relação de anos, as duas sentem profundo amor mútuo, porém Sarah trata Ana como um objeto que pode ser descartado, a humilha, faz com que ela se senta mal, tudo para ser a superior na relação. Abigail nada sente pela Rainha, mas a usa como um trampolim para melhorar sua vida, mentindo quanto seus sentimentos e destruindo a imagem de Sarah, estabelecendo uma relação fantasiosa com a Rainha que não consegue perdurar muito tempo.


  Para acompanhar a história, temos uma esplêndida direção de arte que nos coloca no século XVIII, tanto o figurino quanto a ambientação se mostram impecáveis. A direção de fotografia, em sua maioria, opta por elementos mais clássica, mas peca nas escolhas de lentes muito abertas em espaços muito pequenos, sem deixar claro o motivo de sua escolha.
   A Favorita estreia nos cinemas nacionais no dia 24 de Janeiro e é uma ótima escolha para pessoas que buscam filmes densos ou apenas gostam de acompanhar as grandes premiações do cinema. Mas caso você esteja esperando um filme à la Jane Austen, talvez essa não seja a melhor escolha, pois o filme mesmo tendo sua delicadeza possui cenas muito explícitas e um final incômodo.

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