quinta-feira, 11 de julho de 2013

O IMPRESSIONISMO DE GILLES

Novo longa de Gilles Bourdos apresenta uma estética impressionista maravilhosa

Um Pierre-Auguste Renoir profundamente belo, atormentado e triste

                                                                                                     Por Guilherme de M. Corrêa

  De volta para 1915, a época onde os artistas plásticos com a estética impressionistas apresentavam obras com cores, na maioria das vezes um olhar fantasioso, puro, alegre, distanciando da realidade.
    É o que acontece com o artista, Renoir (Michel Bouquet), já nas dificuldades da 3ª idade, com suas dores constantes nas mãos, pés, joelhos, mesmo assim sem perder uma chance de fazer uma nova pintura, até que sua esposa morre, o deixa muito deprimido, mais o que já estava.
   Tudo recomeça quando chega a sua última modelo-vivo, Andrée Heuschling (Christa Théret), logo a chegada de seu filho do front, Jean Renoir (Vincent Rottiers), por sorte, escapou do amputamento da sua perna ferida.
   Andrée é angustiada com o sonho de tornar-se atriz de cinema, muito além de ser apenas uma modelo-vivo de Renoir, sofre as consequências, tudo começa muito bem, ela recebe pelo seu trabalho, até que começa a notar atrasos de pagamento, seu desespero é revelado pelo artista, logo nasce uma esperança de um romance vivido pelo seu filho que chegou do front.
  Uma trilha sonora intensa, triste, paisagens belíssimas, que elevam ao sentimento, as cores, a filosofia, ao mundo imaginário do impressionismo de Renoir é bastante focalizado, com técnicas maravilhosas que faram o público apaixonado por pincéis, tintas à óleo, aquela mistura visual com a filosofia interior do artista.
   O misterioso irmão caçula de Jean Renoir, perturbado com o pai e o desamador por arte e com um encantamento bastante sombrio por animais mortos, exploração de órgãos internos, diferente do resto do mundo. Um filme que mostra o que há de mais humano e puro nas profissões de Ciências Humanas e o lado sombrio da destruição da beleza, do amor sentimental e carnal que perdem todo o sentido na guerra.
   Recomendo que todos os apaixonados por cinema, por filme de época, por um estética artística, esse é o prato ideal para saborear, sentir, experimentar com risos, alegria e tristeza no sentido mais emocional dessas palavras, é indispensável, não tem como não querer rever outras vezes, só que apreciar com palavras aqui, já bateu a vontade de rever.
   Então será que Pierre-Auguste Renoir irá conseguir convencer seu filho Jean à não voltar para a guerra? Será que ele vai fazê-lo enxergar o que há de belo na vida das ciências humanas? Será que Andrée conseguirá ser uma atriz de cinema? Será que ela vai conseguir fazer Jean tornar-se um cineasta e ela tornar-se uma bela atriz?
   As repostas dessas perguntas serão respondidas amanhã, você indo ao cinemas: Itaú Arteplex Frei Caneca, no Shopping Frei Caneca ou Espaço Itaú de Cinema na Rua Augusta, felizmente são filmes estrangeiros e muito artísticos para passar em qualquer cinema, vale muito apena ir em alguns desses cinemas. 

VEJA AS FOTOS E TRAILERS:
































CURIOSIDADES:

- As filmagens ocorreram na região do Var, no sul da França, ao invés de nos Collettes, onde Renoir passou seus últimos anos.
- Para Gilles Bourdos, o ator Michel Bouquet possui a mesma obstinação e a mesma coragem que Renoir.
- Para compreender Pierre-Auguste Renoir, o ator Michel Bouquet leu diversas vezes o livro "Pierre-Auguste Renoir, mon père", escrito por Jean Renoir.
- As pinturas do filme Renoir foram realizadas por Guy Ribes, um famoso falsário, que imitava o estilo de grandes artistas, como Chagall, Picasso e Matisse.
Ribes foi contactado pelo diretor Gilles Bourdos logo após sair da prisão.
- Renoir é o terceiro filme do diretor Gilles Bourdos com o compositor Alexandre Desplat. Eles também trabalharam juntos em Et après (2007) e Inquiétudes (2004).
- Inicialmente, Jean-Pierre Marielle iria interpretar Pierre-Auguste Renoir.
- Renoir foi apresentado na mostra "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes 2012.

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