Desconstruindo e construindo a "Piedade" do Sul-Coreano
Vencedor do Leão de Ouro em 2012 de melhor filme
Guilherme de Moraes Corrêa
Acreditamos que ir ao Sul da Coréia não é nada luxuoso e incrível de visitar. Não é um ponto turístico muito agradável, por conta do estilo de vida dos sul-coreanos em seus ambientes, acreditamos que levam o comportamento humano um pouco diferente de qualquer outro lugar do mundo.
Os sul-coreanos são humanos mais "animalescos", são seres mais irracionais, são mal-educados, tem um vocabulário "sujo" e "sem remorsos" em seus atos sexuais, violências com pessoas ou com animais é indiferente. E há uma certa falta de "amor" entre os indivíduos que parece muito assustador aqui no Brasil.
"Pietà" significa piedade em Italiano, é um estilo artístico de escultura ou pintura que representa a Virgem Maria embalando tristemente o corpo morto de Jesus Cristo, sim a releitura através da capa do filme, vem logo a imagem de um drama triste e romântico. É aí que o espectador se engana, existem suas controvérsias por conta de se passar e ter um elenco de primeira na Coréia do Sul.
Como assim? KIM Ki-Duk vai usar "Piedade" num cenário e um elenco completamente o oposto? Sim, é um tema que já foi experimentado em qualquer lugar do mundo, há séculos. Entre eles, grandes artistas mestres, com o Michelangelo e Van Gogh. Tudo começa com o nosso "protagonista", Kang-do (Lee Jung-jin), ele é agiota. A cena de entrada para o filme, é bem esquisita e termina com o nome do filme e um grito de morte, cuja causa é um suicídio.
Depois entra em uma cena, com o Kang-do, dormindo e possivelmente percebemos de baixo das cobertas ele está se "masturbando', literalmente, uma cena nada agradável de ver numa obra cinematográfica, logo de cara, apresenta-se um suicídio, depois insinuando uma cena de masturbação sem cortes, o espectador tem de estar preparado para conhecer a verdadeira realidade dos sul-coreanos e os comportamentos nada humano.
É tão exorbitante a construção histórica do filme, que parece uma "representação" do inferno ou do mundo pós-apocalipse na região mais horrível, Cheonggyecheon onde foi gravado o filme. O nosso protagonista, não é bem o bonzinho da história, ele é mais um psicótico agiota que vive de sua brutal ameaça de ser o cobrador das pessoas que devem muito para ele e tem de receber, então quando a cobrança vem, as pessoas ficam com medo, fazem de tudo para conseguir o dinheiro, pedindo para arrancar uns dedos, braços, mãos em livrar-se da dívida e do medo constante de Kang-do.
A coisas parecem normais, ao estilo de filme normal, até que do nada, surge a mulher misteriosa, chamada Mi-sun (Cho Min-soo), ela começa a perseguir, observar o protagonista e chega a pedir perdão por tê-lo abandonado quando ela era jovem, afirmando ser sua mãe e dizendo que é tudo culpa sua por ele ter se tornado um homem violento. É claro que ele passa a rejeitá-la, chamando-a de vadia. Até que um dia ele passar a aceitar que seja a sua mãe.
A construção do filme é tão instigante, confuso, violento, que faz qualquer espectador se perder ao longo do rumo que irá levar aos desconcertante, desconstrução e construção de "Pietà", onde há mistura de violência, silêncio, trilha-sonora e jogadas artísticas surpreendentes que fazer fazer o espectador ter diversos sentimentos. E a pergunta que não que calar, será que Kang-do passa aceitar a mãe em casa, para receber o carinho perdido a tanto tempo, para tornar-se uma pessoa melhor e pedir perdão diante da vida dos indivíduos que destruiu?
Então vá dia 15 de março de 2013, experimentar e descobrir o que tem por trás de "Pietà" de KIM Ki-Duk e estejam preparados para chegar ao resultado final, um filme indispensável para um público mais intelectualizado, para quem prefere fugir um pouco do cinema convencional ao estilo americano, é um prato cheio e exótico diante desse completamente diferente.
Segue à baixo fotos e o trailer do filme:
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